segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Novo clipe do grupo Inquérito revisita o período da escravidão em Minas 1850

O clipe dirigido por Levi Vatavuk se passa durante o período da escravidão e apresenta a fuga de um escravo, a luta dos escravizados pela sobrevivência e a violência e as humilhações a que eles eram submetidos. O filme se passa em 1850, em Minas Gerais, mas parece resgatar essas atrocidades para relembrar seus efeitos nefastos na atual sociedade brasileira.

“Não conta com a gente pra assinar seu jornal/ Vocês descobriram o Brasil, né/ Conta outra, Cabral/ É um país cordial, carnaval, tudo igual/ Preconceito racial mais profundo que o pré-sal/ Tira os pobre do centro, faz um cartão postal/ É o governo trampando, Photoshop social/ Bandeirantes, Anhanguera, Raposo, Castelo/ São heróis ou algoz?/Vai ver o que eles fizeram/ Botar o nome desses cara nas estrada é cruel/ É o mesmo que Rodovia Hitler em Israel”, diz a letra da música Eu Só Peço a Deus.



quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Itinerário Simples



Fever na Magrela



Primeiro dia 19/12
Ouro Preto – São Bartolomeu – 16 km
São Bartolomeu – Glaura – 11 km
Glaura – Cachoeira do Campo – 8 km
Cachoeira do Campo – Santo Antonio do Leite – 7 km
Santo Antonio do Leite – Eng Correia – Miguel Burnier – 22 km
Total 64 km

Segundo dia 20/12
Miguel Burnier – Lobo Leite – 15 km
Lobo Leite – Congonhas – 7 km
Congonhas – Alto Maranhão - Pequeri – 11 km
Pequeri – São Brás Do Suaçuí – 9 km
São Brás Do Suaçuí - Entre Rios de Minas – 20 km
 Total 64 km

Terceiro dia 21/12
Entre Rios de Minas – Casa Grande – 31 km
Casa Grande - Lagoa Dourada – 28 km
Total 59 km

Quarto dia 22/12
Lagoa Dourada – Pratos – 21 km
Pratos – Tiradentes – 18 km
Tiradentes – São João Del Rey – 11 km
Total 50 km

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Itinerário - Caminho Velho - 12 dias



1º Dia

Ouro Preto / Glaura

Não é por acaso que por Ouro Preto passam os três caminhos que formam a Estrada Real. Durante o ciclo do ouro do Brasil colonial, a cidade era o mais importante centro econômico e político país. Hoje, construções da época, como as dezenas de igrejas, são atrativos para os turistas, que contam também com a agitada cena cultural ouro-pretana e com um refúgio frente à Mata Atlântica preservada do Parque Estadual do Itacolomi.   No eixo principal da Estrada Real, o trecho entre Ouro Preto e São Bartolomeu tem como maior atrativo uma trilha de cerca de 15 km. O destaque histórico está no marco 595, onde está um chafariz de 1792 em bom estado de conservação. Esse caminho era a antiga trilha usada por governantes dos séculos XVIII e XIX para chegar a ?casa de campo?, em Cachoeira do Campo, hoje distrito de Ouro Preto.   A trilha é estreita e de difícil acesso para quem pedala com muito peso. Em alguns trechos, é necessário carregar a bicicleta. Depois do marco 599, quando são atravessadas fazendas, o caminho é coberto pela vegetação, sendo alguns trechos com vegetação alta.   A primeira parte deste trecho termina no distrito de São Bartolomeu, uma das localidades mais antigas da região do ouro. Como atrativo, há o rio das Velhas, que atravessa o centro histórico, a Igreja Matriz de São Bartolomeu, a paisagem natural e os famosos doces de goiaba.   Continuando o trecho da Estrada Real até o distrito de Glaura, o viajante tem outra trilha pela frente no marco 629. Mas dessa vez são apenas 3 km de trilhas de fácil acesso, com destaque para a bela paisagem natural.   O trecho termina em Glaura, um dos mais antigos distritos da região do ouro. Fundada no século XVIII, no auge da exploração do ouro, servia como refúgio para os grandes senhores que tinham o antigo arraial como ponto médio entre Vila Rica (antigo nome de Ouro Preto) e São João Del-Rei. Como atrativo, o distrito oferece o charme da vida bucólica de um pequeno povoado, a Igreja Matriz de 1764, a paisagem colonial e as cachoeiras da região da Serra de Ouro Branco. O distrito de Glaura possui infraestrutura turística.

INFORMAÇÕES DE TRECHO

Dificuldade Física: Nível 3
Dificuldade TÉCNICA: Nível 5
DISTÂNCIA TOTAL: 28 KM
PRESENÇA DE SOMBRA: NÃO
distância em descida: 11 KM
DISTÂNCIA EM SUBIDA: 12 KM
INC. Média das subidas: 7 %

Altimetria

Mapa

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Documentário: Brasil no Olhar dos Viajantes



Viver sem conhecer o passado é andar no escuro.

Entre virtudes e defeitos, nossa forma de ser e estar no mundo, é parte deste processo de buscar aquilo que nos identifica e ou faz diferentes, pertencer a um lugar em especial ou apenas em uma parte a mais do mesmo e velho mundo.

Mais que uma redundância ou clichê, o Brasil brasileiro, é uma expressão da nossa cultura que herdamos do passado, ela representa a busca da afirmação daquilo que nos identifica e nos faz diferentes de outros povos deste planeta, algo que nos desperte um sentimento de exaltação, das qualidades de uma experiência singular de civilização, que resultou do encontro entre o velho e o novo mundo.

Mas o Brasil sempre abrigou muitos brasis na sua historia e em sua bela geografia. Antes mesmo de se tornar o Brasil dos brasileiros, foi a Pindorama dos índios, a terra da Vera Cruz Lusitana e o destino forçado e cruel de várias etnias trazidas da África, mas o curioso, é que durante certo tempo do seu passado, o Brasil foi Francês, Espanhol e Holandês.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Revolta dos escravos da Fazenda Bela Cruz - 1833

A maior revolta escrava do Brasil Império, ocorreu na Fazenda Bela Cruz, propriedade da família Junqueira, localizadas na região de Cruzília - MG.

Os grandes proprietário de terras temiam uma onda de revoltas de escravos, como havia ocorrido no Haiti. No Brasil, houve episódios em que a violência, inerente às relações entre senhores e cativos, irrompeu de maneira quase incontrolável – a Revolta da Fazenda Bela Cruz é um exemplo deste tipo de acontecimento trágico.

Em 1833, ocorreu a maior rebelião escrava do Império, nas fazendas da família Junqueira, localizadas no curato de São Tomé das Letras, freguesia de Carrancas e comarca do Rio das Mortes. O processo-crime foi instaurado a partir da denúncia de Gabriel Francisco Junqueira, futuro barão de Alfenas, em virtude das mortes de seus familiares. As fazendas Campo Alegre e Bela Cruz faziam parte de uma grande extensão de terra concedida pela Coroa a João Francisco, português de São Simão da Junqueira. Na terceira década do século XIX, as propriedades de seus filhos estavam entre as melhores da região, com grande número de cabeças de gado, cavalos e porcos, além de um plantel de escravos que superava a média da região.

Em 13 de 1833, as fazendas viviam mais um dia de trabalhos rotineiros. A Campo Alegre estava sob a responsabilidade de Gabriel Francisco de Andrade Junqueira, que, na ausência do pai, que era deputado e estava exercendo suas funções na Corte, conduzia a fazenda, além de supervisionar o trabalho dos escravos. Antes do meio-dia, como de costume, foi até a roça fiscalizar o trabalho de seus escravos. Seguiu a cavalo em direção à roça. Ao chegar, encontrou os escravos preparando a terra, cuidando das lavouras de milho e feijão. A tranquilidade era apenas aparente. Sem condições de oferecer nenhuma reação, Gabriel Francisco foi surpreendido pelo escravo Ventura Mina, retirado à força de cima do cavalo, recebendo várias porretadas na cabeça, que o levaram à morte rapidamente.
Alguns dos escravos que estavam trabalhando na roça naquele momento engrossaram o grupo e seguiram em direção à sede da fazenda Campo Alegre, todos liderados por Ventura Mina.

Documentário: Ecos da Escravidão


A escravidão que existiu no Brasil faz parte do passado e do presente, já que se inscreve em nossos costumes, em nossa tradições, nossos hábitos, na culinária, em nossas religiões mestiças e em nossos preconceitos.

"No inicio do século XVIII, com a descoberta do ouro nas regiões das Minas Gerais, houve uma verdadeira corrida, por mão de obra escrava especializada. Na África região da Costa da Mina, existem escravos com uma tradição de saber minerar, é os que são mais utilizados nas áreas de mineração, esse escravo especializado, evidentemente custava mais.

Ouro Preto no auge da mineração, chegou a ter uma população de cerca de 50 mil pessoas, a maioria negra. Foi com a mão de obra escrava que Vila Rica prosperou, eles escavaram minas, extraíram riquezas naturais, enriqueceram ainda mais a Coroa Portuguesa, só a Mina de Chico Rei, produziu 25 mil quilos de ouro."

A Escravidão nas Minas de Ouro e Diamantes

Em 1832, circum-navegando a América do Sul, rumo à famosa ilha de Galápagos, onde encontrou a surpreendente fauna que o inspiraria a elaborar a revolucionária Teoria da Evolução das Espécies, o naturalista inglês Charles Darwin passou pela Bahia e pelo Rio de Janeiro, onde escreveu:

... finalmente, deixamos as praias do Brasil. Agradeço a Deus e espero nunca visitar outra vez um país escravocrata... Perto do Rio de Janeiro, morei em frente a uma velha senhora que guardava tarraxas para esmagar os dedos de suas escravas. Fiquei em uma casa onde um jovem mulato era diariamente e a cada hora maltratado, espancado e atormentado, de um modo suficiente para aniquilar o espírito do animal mais miserável. Vi um garotinho de seis ou sete anos de idade ser atingido três vezes na cabeça por um chicote de açoitar cavalos (antes que eu pudesse interferir) simplesmente por ter me alcançado um copo de água que não estava bem limpo. Vi seu pai tremer apenas com um relance do olhar de seu mestre... 

Nas Minas, a escravidão não se distanciou dos moldes cariocas ou baianos. Os primeiros escravos
Execução da pena do Fugitivo
e Escravos ao Tronco: Debret
negros chegaram às Minas, logo após a descoberta das primeiras jazidas auríferas, em 1695. Para cá foram trazidos escravos capturados em várias nações africanas, tais como Sudão, Guiné, Angola, Moçambique e Congo. Para o trabalho na mineração havia a preferência por um tipo específico de escravo, pelo qual se pagava caro: o negro-mina. Baixo e forte, o negro-mina vinha da região do Congo. Forte para a brutalidade do trabalho e baixo para melhor se mover nos ambientes apertados dos talhos e das galerias das minas, o negro-mina recebia tal denominação por conhecer técnicas rudimentares de mineração, as quais aprendia em sua própria cultura. A viagem da África ao Rio de Janeiro durava geralmente cerca de 2 longos meses. Nos escuros porões dos navios, os escravos eram amontoados como gado e batizados na fé católica. Os homens recebiam o nome de Chico e as mulheres de Chica ou Maria. A travessia do Atlântico era uma verdadeira provação. Tormentas e naufrágios eram constantes. Devido aos maus tratos, às péssimas condições do transporte e à falta de asseio, comida e água potável, calcula-se que morriam de cinco a vinte e cinco porcento dos negros, durante a viagem.