quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Arte Barroca e o Rococó na Europa


Ao redor do século XVI, desponta em Roma um novo estilo, mais tarde conhecido Barroco, estritamente ligado a reação da Igreja Católica, contra o auge protestante do norte da Europa. Se este proibi toda representação de divindade ou santos dentro de seus templos e evita qualquer excesso ornamental que possa distrair os fiéis, de seus íntimos diálogos com Deus.

A Igreja de Roma promovera na contra reforma, exatamente os traços opostos, assim acabará se entregando a uma escalada ornamental dentro e fora de seus templos que alcança o paroquicismo a principio do século XVIII.
 
Não se trata de ensinar os fiéis, com uma sagrada imaginação, ou apresentar aos seus olhos um abismo da glória celeste através da arte como acontecia na Idade Média. Agora se procura mesmo assombrá-los, com o transbordamento de formas que deixam suspenso todo possível afastamento respeito aos dogmas da fé.


Não é fácil identificar os traços de que convertem uma Igreja ou a um Palácio do primeiro barroco em expoentes do novo estilo. De fato os seus elementos arquitetônicos continuam sendo os mesmo do estilo que os precedem e continuaram sendo de um modo ou outro até a nossa época. Colunas, molduras, cortiças, entablamentos, e os vários elementos, foram recolhidos da Antiguidade Romana, por arquitetos renascentistas como Brunelleschi.
   Igreja de Santa Inês, feita por Borromini.
                                      
Em Roma onde encontramos os edifícios mais influentes do Barroco, como a Igreja de Santa Inês, construída por Borromini, na praça Navona de Roma.



Igreja de Santa Inês

Em algumas dessas obras e outras posteriores, terão origens novos jogos arquitetônicos de ampla difusão posterior. Por exemplo, quebrar em ângulos os entablamentos, misturar sessões quadradas e circulares nas torres e sobretudo, curvar de modo côncavo e convexo as superfícies das fachadas que até então tinham sido lisas. Pode-se dizer na ultima evolução do Barroco, fica sem transformar nenhum elemento arquitetônico do elemento clássico e as vezes do modo mais fantástico que se possa imaginar. Mas além disso outros traços muito mais gerais da arquitetura se acabam fazendo extensivo ao resto das manifestações visuais da cultura Barroca. Por exemplo: o gosto pelos contrastes e ritmos visuais, pela tensão dramática e dinamismo das formas ou pelo jogo entre ilusão e realidade.

As grande e pequenas monarquias pequenas da Europa, não demoram para seguir o exemplo da Igreja, adotando para os seus palácios e sua imagem publica a mesma linguagem estilística, grande, eloqüente, algo teatral. A repercussão do novo estilo arquitetônico será desigual nos diferentes países. Ao redor de 1700 a vitória do Barroco pode-se considerar completa em toda área católica, européia e americana; e de grande influencia nos países protestantes.

Bernini

Escultura feita por Bernini
Bernini, além de arquiteto principal escultor Barroco, a quem devemos obras de perfeito feitio, como as estátuas de Apollo e Darfini, as fontes que realiza para a Praça Navona, ou o Estas de Santa Teresa. Bernini é o mestre do movimento e o arrebato em escultura. E sabe imprimir essas qualidades, tanto em expressão particular de cada figura, especialmente quando denota um transporte místico, como um conjunto de cada grupo escultural, mas também ao modo que as figuras e grupos se acoplam ao seu marco arquitetônico. Quando contemplamos de perto algumas de suas obras, é possível que nos impressionem, a aparente facilidade que Bernini reproduz em mármore qualquer matéria ou idéia, especialmente nas arredondadas vestimentas das suas figuras, cheias de monstruosas pregas que se convertem no principal veiculo de emoção artística.


Escultura feita por Bernini




 A influencia de seus fogosos retratos e de seus monumentos religiosos e funerários é intensa na Europa até mediados do século XVIII. E isso é assim graças a difusão que fazem de seu estilo seus numerosos discípulos diretos e seguidores.




 







 Rococó

Ao longo do século XVIII o espírito barroco irá perdendo o vigor característico da centúria anterior, até entrar em cheio na forma conhecida como Rococó. Está coincide com o lento descolamento do foco artístico europeu, desde a Itália com seu epicentro em Roma até França. O Rococó é sobretudo o estilo característico da realiza e a aristocracia Francesa, durante o século XVIII que procuram enfeitar o seu mundo de privilégios com uma arte menos grave e solene. Fora da França o Rococó se estende as pequenas Cortes ansiosas por imitar tudo que vem de Paris, e aí alcança a repercussão quase maior, pois não é só adotado nos imponentes Palácios da nobreza, como também nas pequenas Igrejas de âmbito rural e nestas se acaba disseminando quem sabe como em nenhum outro lugar, a fronteira entre o puramente arquitetônico e o decorativo, mas também a existência de um ambiente de caráter cortesão e outro religioso.

Escultura

Próxima da estética Barroca pela expressão plástica, mas igualmente oposta a ela pelas formas, Conteúdos e objectivos, a escultura rococó trouxe-nos um conjunto de características novas que cumpre analisar:
  1. Novos cânones estéticos. Continuando a apreciar e a acentuar as linhas curvas e contracurvas os escultores do Rococó tornavam-nas, todavia, mas delicadas e fluidas, organizadas em estilizados esses (s), em expressivos ces (c), ou ainda em contracurvados duplos.

Ignaz Gunther – Maria Imaculada

Na figura humana, utilizaram o cânone anatómico maneirista, de corpos alongados e silhuetas caprichosas, e procuraram conferir-lhes leveza e graciosidade nos gestos, nas atitudes e nas posições em tudo galantes, “cortesãs” ou lânguidas.

Nos grupos escultóricos, as composições possuíam movimento e ritmo (algumas personagens parecem quase “dançar”) e um elevado sentido cénico, fazendo o enquadramento perfeito da escultura com o cenário a ela destinado.
  1. Novos géneros escultóricos. As características plásticas e estéticas que acabamos de definir provam que a escultura rococó teve, fundamentalmente uma vocação e um sentido ornamental. Isto explica que a grande escultura monumental – como a estatuária independente e os grandes monumentos comemorativos ou alegóricos – não tivesse sido uma modalidade muito praticada por este estilo que preferiu, sem dúvida, os seguintes géneros:
  • a escultura comemorativa, parte integrante da arquitectura, pois cobria quase todas as estruturas e superfícies construídas com rebuscados e movimentados relevos de inspiração naturalista.

  • e a estatuária de pequeno porte , destinada sobretudo a interiores e também com funções decorativas e/ou de entretenimento as quais podemos remontar a tradição do bibelot. A pequena dimensão foi praticada, inclusive em modalidade como o retrato (bustos, geralmente), a estatuária religiosa e as composições mitológicas e alegóricas tão ao uso da época.
  1. Novos materiais. O predomínio da escultura de pequenas dimensões fés com que o escultor do Rococó recuperasse materiais normalmente ignorados pelos seus antecessores, remetendo a pedra o bronze ou chumbopara grande escultura de exterior. Tal foi o caso da madeira, da argila, do estuque e do gesso (estes dois últimos muito mais utilizados na decoração de mural dos exteriores, principalmente em Itália – e de uma porcelana especial a que os francês deram o nome de biscuit. Esta foi o material mais usado na produção das pequenas esculturas, ornamentais e divertidas.
  1. Novos temas. A grande novidade nas temáticas da escultura deste período é o abandono dos temas sérios e “nobres”, de grande simbolismo e significado, e a preferência sistemática por temas “menores”, irónicos, jocosos, sensuais – e até levemente eróticos – ou galantes. Esta tendência manifestou-se principalmente na pequena escultura, enquanto a estatuária monumental se manteve presa aos tradicionais temas comemorativos, alegóricos e/ou honoríficos, ou ainda ao retrato de reis e outra figuras publicas, em modalidades como a estatua – equestre.
No entanto mesmo nesta, a frivolidade dos temas acentuou-se porque:
  • na temática mitológica, preferiam os deuses “menores”, até ai secundarizados , como Pan, o deus dos pastores, Vénus, a deusa do amor e da graça e os pequenos cupidos alados
  • nos temas profanos, valorizaram-se os aspectos pitorescos ou frívolos e íntimos do quotidiano, em gestos galantes e requintados e atitudes de rebuscada graciosidade;
  • na estatuária religiosa, restrita, neste estilo, quase só a Alemanha, sublinha-se o contraste entre o tema, de natureza sagrada (figuras de santos), e a forma, em requebros sinuosos, com roupagens luxuosas e maneirismos elegantes . Veja a obra São Korbiniano, do escultor alemão Ignaz Gunther.
A arte do Rococó reflecte, pois, uma nova maneira de sentir e viver a arte – a da “Arte pela Arte” – que jamais deixaria de substituir até aos dias de hoje.

ARQUITETURA
Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi a principal corrente da arte e da arquitetura pós-barroca. Nos primeiros anos do século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-se de Roma para Paris. Surgido na França com a obra do decorador Pierre Lepautre, o rococó era a princípio apenas um novo estilo decorativo.

Principais características:

• Cores vivas foram substituídas por tons pastéis, a luz difusa inundou os interiores por meio de numerosas janelas e o relevo abrupto das superfícies deu lugar a texturas suaves.
• A estrutura das construções ganhou leveza e o espaço interno foi unificado, com maior graça e intimidade.

Abadia Beneditina de Ottobeuren
 Johann Michael Fischer, (1692-1766), responsável pela abadia beneditina de Ottobeuren, marco do rococó bávaro. Grande mestre do estilo rococó, responsável por vários edifícios na Baviera. Restaurou dezenas de igrejas, mosteiros e palácios. 
 
 
 A Pintura do Rococó

A pintura Rococó foi o reflexo de uma sociedade galante e festiva cheias de contradições entre as quais a estética, onde se digladiavam os defensores do classicismo, por um lado, e os defensores do Barroco, por outro. Foi a velha querela entre “os Antigos e os Modernos”, ou seja, os seguidores de Rubens e os de Poussin. No entanto, esta disputa não definiu princípios estéticos claros, mas foi modelando e transformando a arte Barroca, pesada e dramática, numa arte idílica, aristocrática e festiva onde abundaram as cenas pastoris e as “festas galantes”.

Mas continuou-se a tradição do retrato que pode ser histórico, sereno e burguês, sensível ou psicológico, ou ainda, colorista, delicado e de tons suaves e sensíveis, onde as gradações cromáticas fazem lembrar o sfumato renascentista. Todos estes temas foram tratados de forma mais ligeira e superficial com referências mitológicas a deuses. As composições são rítmicas, exuberantes e de tendência decorativa.

Fonte: Documentário - Arte Barroca e do Rococó ao Neoclássico.
 http://www.historiadaarte.com.br/linha/rococo.html

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